Deixe-me explicar porque o começo no meio, como quem pega o bonde andando. É que a gente comunica com palavras e palavras são sinais que apontam para uma coisa fora dela mesma. No entanto, se os sinais não forem claros, os olhos do entendimento, míopes ou vesgos, verão o que imaginam e não a coisa real que é apontada (não tenha medo da ilustração: eu mesmo preciso de óculos). A coisa é que as palavras não estão apontando para realidades, mas para imaginações, às vezes, sem nexo, e, outras, realmente desonestas. É o caso da expressão “meio ambiente”. Como é que é? No meio do ambiente? No ambiente do meio? Pois, em boa comunicação, esse tal meio é o mesmo ambiente. O uso incorreto da expressão causa medo pelo fato de que, por não compreender o sentido desse jargão redundante, poderá, até mesmo, fazer um político morrer de medo do meio ambiente (veja http://www.youtube.com/watch?v=cEMxWG_yWGw). É isso, exatamente que está ocorrendo com o termo ‘mal’ criado, homofobia. Certos medos são racionais. Eu, por exemplo, gosto de ter medo de cobra venenosa, altura sem que eu esteja protegido, e língua de estulto (esse, para deixar claro, é aquele que tira conclusões das próprias percepções e se julga sábio e entendido, sem nenhuma base fora de si mesmo).
Se quisermos ser mais exatos do que permite a elasticidade dos termos na boa comunicação, teremos de usar termos como homofilia e homofobia como antônimos, quando sequer pertencem à mesma categoria. O termo homossexual tenta apontar para algo, mas o dedo torto da língua caramuru aponta e mata um urubu. Sexo quer dizer divisão (de gênero) e homossexual seria, então, igualdade da diferença (algo como a quadratura do círculo). Alguém poderá até dizer: Mas você sabe do que eu estou falando! Não, não sei! Se você não explicar, entenderei que alguém fala bobagem. Se você quer dizer que a relação sexual entre um homem e outro homem, ou de uma mulher e outra mulher, é coisa natural, então, diga isso! Não diga que alguém homo(ousado) e, outro, homofóbico. A questão é que a coisa não se trata de medo de homo que ameaça passeatas carnavalescas nem de homofóbicos, tal como foi chamado o Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. A lei da homofobia, assim mal construída e denominada, é que deveria meter medo. Ela ameaça a unidade que existe na humanidade com respeito às diferenças sexuais, tentando estabelecer uma homogenização platônica, nitzcheniana e jungiana. Trocando em miúdos, sua terminologia engessa o entendimento de que terminando a diferenciação se estabelece a igualdade. É contra isso que nos colocamos. Não é medo. É coragem para defender a nossa liberdade de expressão.
Essa liberdade existe para todos, desde que a liberdade para todos seja resguardada. Caso contrário, não será liberdade – será a ditadura da minoria (mesmo que seja de uma maioria que se encolhe moralmente e só debate quando se encontra “em turma”. A Palavra de Deus, a Bíblia (ver 1Coríntios 6.8-11), obriga os cristãos a amar e honrar o próximo, seja ele puro ou impuro, verdadeiro adorador ou idólatra, fiel ou adúltero, heterossexual ou efeminado e masculinizada, honesto ou ladrão, sóbrio ou bêbado, bendizente ou maldizente. É certo que ela diz que aqueles que não vivem seguindo as virtudes reveladas por Deus não conseguem alcançar o entendimento nem a prática dos princípios bíblicos. As razão pelas quais a Bíblia assim afirma são: primeiro, todos os homens são criados segundo a imagem de Deus e, mesmo aqueles que não tem a vida dada por Jesus Cristo, ainda portam essa honra da qual todos decaímos e que muitos ainda rejeitam; segundo, todos decaímos da natureza em que fomos criados, e só podemos recuperar essa glória pela graça de Deus manifestada em Cristo e aceita mediante a fé, em arrependimento. Por isso, a Bíblia adverte: “Tais fostes alguns de vós”. Sim, dado que todos incorremos nesses pecados, ou, pelo menos, em alguns deles, precisamos ter misericórdia para com todas as pessoas.
Assim, não sou homofóbico (para usar o termo cunhado) porque não tenho medo do meu semelhante, e não me defendo senão quando a honra de Deus, e minha, como servo do seu reino, for atacada. Defenderei, portanto, qualquer pessoa atacada ou perseguida injustamente, qualquer que seja sua condição, dependendo somente de minha habilidade em fazê-lo – quer Nicodemus, quer homossexuais. Nessa linha, creio que o homossexual não poderá ser impedido, por mim, de viver fora do reino de Deus. Contudo, continuo reivindicando minha liberdade cristã de amá-lo e de lhe falar do que levou Jesus Cristo a morrer na cruz para pagamento de nossos pecados e para nosso perdão. Não tenho fobia de armações através da mídia, do uso de notícias velhas como se fossem novas, de mentiras contra posições cristãs respeitosas e amorosas. Só peço que pensem na liberdade cristã, de advertir sobre os problemas envolvidos na aceitação do erro como se fosse virtude, de chamar a verdade de mentira e o mal, de bem.
O respeito à pessoa continua norteando o pensamento cristão. O amor continua lançando fora as fobias. Mas a missão de prosseguir, gritando aos que julgam que um elefante seja uma corda, um tronco, um leque de abano ou uma mangueira – a essa não posso me furtar; vou às arenas apropriadas, das decisões da igreja, dos púlpitos e das ruas, para dizer: “É um elefante!”
Concluo, dizendo que o engano e o autoengano, tanto da comunicação quanto da posição homossexual ou homofóbica, erram quando não consideram a Deus em primeiro lugar. Se houver honestidade, que os que querem viver sem Deus vivam sem Deus e que os que vivem para Deus cumpram sua missão de advertir, persuadir e instruir a todo homem a respeito do que é uma nova humanidade em Cristo. Não tenham medo de Augustus Nicodemus. Não tenham medo da posição cristã. Tenham medo do engano que usa o termo incongruente de homofobia para fazer valer pensamento pluralista por meio de cortar a cabeça de quem não é plural!
Wadislau M. Gomes
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http://normabraga.blogspot.com/2010/11/universidade-mackenzie-em-defesa-da.html
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