sexta-feira, outubro 30, 2015

MULHERES REFORMADAS QUE MUDARAM MINHA VIDA


 

Ao lembrar a Reforma Protestante—a maior força para avivamento na igreja cristã depois de Pentecostes—penso em duas mulheres, auxiliadoras idôneas, que forneceram as condições emocionais e práticas aos maiores reformadores para conduzirem a igreja à Palavra de Deus e à vida de piedade. Em anos passados, li várias biografias de grandes mulheres, mas, para este artigo, limitei-me ao livro de James Good, Grandes Mulheres da Reforma, cuja leitura recomendo a todos os interessados na história.

O que disseram, a respeito de suas esposas quase anônimas, estes homens que transformaram o mundo? Lutero, sobre Frau Luther, Katherina Von Bora:

Minha querida Kathe me mantém jovem, e em boa forma também... Sem ela, eu ficaria totalmente perdido. Ela aceita de bom grado minhas viagens e quando volto, está sempre me aguardando com alegria. Cuida de mim nas minhas depressões e meus acessos de cólera. Ela me ajuda em meu trabalho, e acima de tudo, ama a Cristo. Depois dele, ela é o maior presente que Deus já me deu nesta vida. Se algum dia vierem a escrever a história de tudo que tem acontecido (a Reforma), espero que o nome dela apareça junto ao meu. Eu oro por isso...

Nascida em 1499, filha de um nobre alemão que passava por dificuldades financeiras, Katharina foi levada ao convento beneditino, aos três anos. Martinho escreveu um ano depois de casado:

Minha Kathe é, em tudo, tão delicada e encantadora que eu não trocaria minha pobreza pelas maiores riquezas do mundo... não há na terra um laço tão doce, nem uma separação tão amarga, como a que ocorre num bom casamento... Não há relação mais bela, mais amável e mais desejável, nem comunhão e companhia mais agradável, do que a de marido e mulher num casamento feliz.

O prédio do mosteiro agostiniano de Wittenberg foi dado de presente a Lutero em 1525, e Katharina o reformou e administrou o novo lar. Isso permitiu que Lutero gozasse de relativa paz e ordem em sua vida privada. Dedicada e diligente, Kathe era uma auxiliadora que propiciava a seu marido condições de escrever, ensinar e pregar.

Tiveram seis filhos, dos quais quatro sobreviveram até idade adulta; cuidavam de uma parente de Katherina, e com a morte da irmã do reformador, passaram a cuidar de mais seis crianças em sua família. Além dos familiares, era comum haver mais de 30 pessoas no mosteiro, entre hóspedes, viajantes em trânsito e estudantes (que pagavam por seus estudos, ajudando a equilibrar o orçamento). Tarefas do dia a dia: uma horta, um orquidário, confecção de material para pescaria e uma pequena fazenda onde criavam gado, galinhas e fabricavam cerveja caseira. Katarina gostava de ler e de bordar; tinha conhecimento de enfermagem e dispensava cuidados médicos ao reformador. Fazia estudos bíblicos devocionais e memorizava muitas passagens específicas. Quando Lutero estava deprimido, Katherina sentava a seu lado e lia a Bíblia para ele. Lutero considerava o casamento a melhor escola para moldar o caráter, e a vida familiar como meio excelente e apropriado para treinar e desenvolver as virtudes cristãs de firmeza, paciência, bondade e humildade.

Madame Calvin, Idelette de Bure e seu marido John Storder eram anabatistas refugiados de Liege, na Bélgica. Foram convertidos à reforma e faziam parte da igreja de Calvino em Genebra. Depois da morte do marido, tendo ela dois filhos, Idelette chamou a atenção de Calvino por sua piedade, atenta delicadeza, ternura e poder de auto-sacrifício como esposa, viúva e mãe. Calvino propôs-lhe casamento e, sendo aceito, uniram-se em matrimônio em primeiro de agosto de 1540, numa cerimônia grande e concorrida. Seu lar em Genebra, e durante algum tempo em Estrasburgo, tornou-se centro de emergência para refugiados vindos da França e Bélgica, morada para diversos teólogos e estudantes de teologia. Cuidava deles ao lado do leito, apoiando-lhes a cabeça cansada; visitava os enfermos, confortando os que passavam por sofrimentos. Perdeu, ainda bebês, os filhos que lhe nasceram, e Calvino disse que embora não tivesse nenhum filho natural vivo, Idelette possuía miríades de filhos espirituais ao redor do mundo cristão.

A vida de casados de Calvino e Idelette durou apenas nove anos; ela morreu sabendo que Calvino cuidaria dos seus filhos como se fossem os seus. Escrevendo sobre Idelette a Farel e a Viret, Calvino disse:

A excelente companheira de minha vida, e sempre fiel assistente de meu ministério... Eu perdi aquela que nunca teria me abandonado, fosse em exílio ou miséria, ou na morte. Ela foi uma preciosa ajuda para mim, e nunca se ocupava demais consigo mesma. A melhor das minhas companhias foi tirada de mim... Eu sei quão dolorosas e devastadoras são as feridas causadas pela morte de uma excelente esposa. Quão difícil tem sido a mim governar os meus sofrimentos.

Ambas essas mulheres tiveram a vida planejada e interrompida por outras pessoas, sofreram enormes perdas e simultaneamente trataram o coração coram deo (diante de Deus) enquanto lidaram com a dor pessoal. Trabalharam incansavelmente ajudando a outros. Abraçaram a justificação pela fé, aprenderam o que era uma vida piedosa por serem eleitas de Deus. Cultas, de fina educação, o casamento com os respectivos reformadores era surpresa para todos que os conheciam. Aos 18 anos, Katherina juntamente com outras freiras ouviram falar do ensino bíblico de Lutero. Crendo no que ele pregava, desejaram abandonar a clausura. Não obtendo ajuda de seus pais no sentido de livrá-las dos votos, decidiram enviar a Lutero uma carta redigida pela Katharina. O reformador pediu ajuda a um amigo negociante que abastecia o mosteiro com alimentos. Este Herr Koppe ajudou-as a fugir, transportando as doze noviças em barris de peixes! Muitas delas retornaram às suas famílias. Lutero procurou auxiliá-las a encontrar moradias, maridos e empregos. Dois anos depois da fuga, quase todas haviam seguido seu destino exceto Katharina, que morou na casa do pintor Lucas Cranach, autor do seu famoso retrato. Vários pretendentes ao casamento surgiram, mas ela dizia: “Só me casarei com Dr. Lutero ou com alguém muito parecido com ele”— ao ouvir isso Lutero ria, pois apesar de ele condenar o celibato, afirmou que “nunca farão com que eu me case”! Acabou propondo-lhe casamento e ficaram noivos em 13 de junho de 1525, celebrando o matrimônio doze dias depois.

Tanto a Sra. Lutero quanto a Sra. Calvino tinham qualidades semelhantes de piedade e amor à Palavra de Deus, disposição e garra em meio a grandes sofrimentos, habilidades administrativas que propiciavam ao marido condições de desenvolver seu ministério profícuo de pregação, e ensino e extensa produção literária. Os dois reformadores sofriam muitas dores e depressões, e parece que as duas esposas eram hábeis em apoiá-los e ajudá-los a superar os dias mais negros. Ambas administravam casas cheias, com múltiplas atividades, multiplicando recursos esparsos para adornar a vida dos servos de Deus. Enquanto Katharina teve oito filhos, Idelette não viu nenhum filho de Calvino viver para crescer, mas ambas foram mães prestimosas que abrigaram no coração a outros filhos. Eram mulheres simultaneamente comuns e extraordinárias em sua época. Seus casamentos, antes julgados com reserva por parte dos reformadores bem mais velhos que elas, deram significado e rumo à vida cristã de cada um. Tais uniões teve repercussões que até hoje marcam a vida da igreja sem que elas mesmas tivessem posições ou cargos de mando e ensino. Tanto Katherina quanto Idelette, que morreram em países e culturas diferentes, quatro anos à parte (a alemã, em dezembro de 1552, a suíça, em abril de 1549) viveram na simplicidade de sua fé e elevada esperança, como companheiras à altura de Lutero e de Calvino. Disse Katherina Von Bora: “Tudo que tenho feito se resume simplesmente a duas coisas: ser esposa e mãe, e tenho certeza que uma das mais felizes de toda a Alemanha”.  (James Good, Grandes Mulheres da Reforma, trad. Anna Layse Gueiros, Ananindeua, PA: Knox Publicações, 2009)

Hoje muitas mulheres engajadas juntamente com seus maridos na vida da igreja poderiam aprender com estas mulheres que viram o mundo passar da idade medieval para a era das grandes reformas. Eram fortes na fé e firmes na esperança, mesmo que a saúde e as intempéries da vida as fragilizassem. Eram auxiliares idôneas de seus maridos solitários, que demonstraram coração temente a Deus e mudaram o pensamento do mundo em que viviam. Na condição de enclausurada, refugiada, freira fugida ou de viúva perseguida por sua fé— elas não esperavam que as outras pessoas resolvessem as coisas: sua confiança em Deus fez com que estivessem atentas aos acontecimentos no mundo e ativas em mudar as circunstâncias que podiam mudar, dependendo da providência de Deus enquanto agiam lado a lado com o reformador que admiravam. Ah! que voltemos, nós mulheres de homens de Deus do Século XXI, a essa vida de piedade atuante que é o evangelho!

Elizabeth Gomes

domingo, outubro 11, 2015

REFUGIADOS, IMIGRANTES, APÁTRIDAS, CIDADÃOS


 
As notícias continuam nos chocando, revoltando e deixando ora condoídos ora endurecidos. Centenas de pessoas expulsas de suas terras, suas casas, suas nações, fogem em navios superlotados. Muitos morrem no caminho, afogados, atirados ao mar ou apanhados por seus perseguidores. As nações do “Primeiro Mundo” têm reações perplexas, de descaso ou indignação, com a chegada das hordas de gente vindas do antigo mundo oriental. Hungria fecha suas portas. Alemanha recebe-os de braços abertos. França se preocupa com a invasão muçulmana de suas terras, de seu status quo.
O Brasil, tradicional abrigo para claros imigrantes da Alemanha e Itália que construíram o progresso do país, para os japoneses que a mais de século atuam enriquecendo a terra onde fincaram os pés e plantaram fartura, dos comerciantes e profissionais liberais de variadas origens: judeus, árabes, libaneses, gregos e troianos de todas as nações – recebeu-os de braços abertos, implorou que viessem explorar suas vastas terras, adotou muitos de seus costumes e os assimilou.  Mesmo quando não uma terra de exploradores, somos uma nação de imigrantes.
Tomamos, sem escrúpulos, as terras dos habitantes de nosso imenso Brasil pré-colonial, expulsando, subjugando, dizimando gês, tapuias e tupis – e paraguaios – fazendo das riquezas auriverdes nossa própria “descoberta” e possessão. Trouxemos navios negreiros da África para desenvolver nossas lavouras e laborar em nossas vilas, sem pensar nos que morreram no caminho, ou na chibata e no cativeiro dos grandes engenhos. Mas hoje temos receio que os haitianos tirem nosso lugar de deitados eternamente em berço esplêndido, os coreanos desbandem nosso comércio, os palestinos sejam todos terroristas infiltrados, prontos para derrubar e arrasar a precária estabilidade que conquistamos a duras (ou leves) penas. Hoje vivem no Brasil 7,289 refugiados reconhecidos, vindos de 81 nacionalidades distintas (veja o artigo de Elben César: “Eu era estrangeiro e vocês me receberam no Brasil” da revista Ultimato de setembro-outubro 2015). Na verdade, somos todos forasteiros, imigrantes orgulhosos de ser donos da terra que tiramos de outros. E tememos, com pavor e desprezo, que outros façam a nós como os nossos ancestrais fizeram aos que os antecederam.
Descobrimos que o atual desbandamento de pessoas tem nuança teo-referente. Muitos dos que estão sendo expulsos mundo fora, pelo Estado Islâmico,  por Alcaida ou outro grupo impulsionado pelo ódio, o são por serem chamados cristãos (e nesse saco de gato está qualquer um que não declare ser maometano). Também existe perseguição étnica—sempre o judeu é persona non grata a quem querem empurrar para o mar—mas essa perseguição é sobremaneiramente religiosa. Em nome de Alá o Poderoso, confiscam, tiram os filhos, matam, queimam, estupram as mães (crime aceito pelo Alcorão desde que cometido contra mulheres não islâmicas) e fuzilam ou enforcam os que não se curvam a essa fúria.
Estamos tão acostumados à violência em nosso próprio país que fechamos os olhos para o que acontece com nosso próximo. “Não vamos nos intrometer. Não é de nossa conta,” dizemos— seja em nosso Brasil onde morrem milhares todo ano, seja no Oriente Médio, na África, Somália ou Paquistão. Existe em nosso meio uma “fadiga da compaixão”, ou cansaço em condoer-se com quem sofre.
Em Filadelfia dos anos oitentas, tive amizade com Hugo Rosenau e esposa, judeus alemães, ele sobrevivente de Auschwitz, que se aproximou de mim por causa da língua portuguesa. Depois da libertação, Hugo e outros amigos, foram conduzidos ao Brasil, à Bahia, onde foram bem-recebidos e de onde tiveram condições de emigrar para os Estados Unidos. Disse ele que tinha uma dívida de gratidão aos brasileiros, e daí foi que começou nossa amizade: um velho beirando oitenta anos e, na casa dos quarenta, um pastor brasileiro e sua mulher. Ele tinha também tamanha gratidão aos Estados Unidos, onde ele refez sua vida, que anualmente fazia uma contribuição em dinheiro, além de pagar seus impostos, “para a nação que nos abrigou depois da guerra”. Hoje o presidente dessa nação vista anteriormente como cristã fica calado quanto  à perseguição dos cristãos da Síria, Iraque e Afganistão.  E a president(a) do nosso Brasil mostra claros sinais de apoio aos déspotas islamitas em detrimento dos cristãos que eles perseguem.
Num mundo onde mais de 1,6 bilhões de pessoas consideram-se muçulmanos, nós que cremos em Cristo estamos rapidamente perdendo espaço, e vemos a olho nu que o mundo jaz no maligno. Claro que nem todo islamita é mau, no sentido de maldade terrível e absoluta, assim como nem todo “judaico-cristão”  é bom – somos todos, todo mundo, decaídos, depravados e desprovidos da glória de Deus, e a não ser que nos convertamos, tão perdidos quanto Sadam Hussein ou Adolph Hitler (que já encontraram seu destino). .
Recentemente, compartilhei um comentário de Michael Horton dizendo que somos todos peregrinos perdoados, a caminho  da cidade construída por Deus. Somos forasteiros e nossa pátria não é aqui –tal entendimento faz com que seguremos as coisas da terra bem de leve, e fixemos os olhos naquilo que é eterno. Simultaneamente, amamos a terra em que vivemos, cuidando dela e sempre buscando cuidar de seus habitantes. Temos prazer em nossa condição de embaixadores de outro reino a que convidamos nossos iguais a participar. Vivemos em tensão ou equilíbrio entre nossa condição de redimidos já e agora, ao mesmo tempo que ainda não vimos o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Não somos chauvinistas nem xenofóbicos – amamos o próximo e o respeitamos como co-criado à imagem de Deus, queremos bem a terra em que vivemos, e sofremos com suas dores e desmazelas—mas nossa pátria não é aqui, e aguardamos uma habitação onde nosso visto de residente permanente nos transforma em amigos, filhos e herdeiros com Cristo. As nações mudam, e os povos ora opressores tornam-se oprimidos quando até mesmo suprimidos. Os cananeus que eram pedra nas sandálias dos judeus antigos já não existem. A babilônia que dominou o mundo conhecido por Daniel foi derrubada, e hoje a nação islâmica quer derrubar até suas antigas ruínas. O império romano não impera mais. As hordas de hunos, godos e visigodos continuam invadindo a civilização ocidental, e as civilizações orientais também foram arrasadas e transformadas pela modernidade e pós modernidade. Para muitos hoje, orgulho nacional é piada. Mas existe algo – Alguém – que não muda: o Deus Eterno, criador dos céus e das terras.
O profeta Isaías viveu sob os governos de quatro reis de Judá, dias conturbados que descreveu como hoje poderiam ser descritos os nossos dias:
Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões. Cada um deles ama  o suborno e corre atrás da recompensa. Não defendem o direito do órfão, e não chega perto deles a causa das viúvas.... Is 1.23
Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores... Toda a cabeça está doente, e todo o coração enfermo. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chamas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo. A vossa terra está assolada, as vossas cidades consuidas pelo fogo... e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos, deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinal, como cidade sitiada... quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Is 1.4-7
Depois do terrível diagnóstico, o senhor faz um convite:
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos, cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem: atendei à justiça, repreendei ao opressor, defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas... ainda que vossos pecado sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve... se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra... Is 1.16-18
A mAA maior ameaça para o reino de Judá do ano 724 não era a invasão Assíria, mas o pecado, a desobediência e falta de fé em Deus. Isaías viu seu povo sofrer a desgraça e humilhação do cativeiro, e garante que o Deus da história os trará de volta para que comecem vida nova e desempenhem sua missão de ser uma bênção para todas as nações da terra. Em meio as promessas de Emanuel e do retorno, Isaías mostra vislumbres do Rei Eterno que se esvaziaria, tornando-se servo até a morte -Is 53) para depois restaurar seu reino. Lembra os que voltam do cativeiro de viver a ética do Reino (“Mantende a justiça e fazei o juizo e fazer justiça, porque a minha salvação está prestes a vir”- Is 55.1). E a promessa final é apenas para Judá, nem só para os reinos dos tempos dos profetas, mas para todos: “Eis que crio novos céus e nova terra... vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio...” Is 65.19 “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá...” Ap 21.3-4.
Elizabeth Gomes