quarta-feira, julho 04, 2012

TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS



Estávamos indo ao aeroporto e a Serra do Itapeti, encoberta de nuvens, parecia imensa planície coberta de neve virgem. Névoa era espessa “como um creme de ervilhas”, diria o inglês, e indagávamos se os aviões iriam decolar na hora marcada, de tanta incerteza da visibilidade no futuro próximo. O sol acabou saindo antes de chegarmos ao aeroporto e em poucos minutos o mundo a nosso redor era o que conhecíamos bem. O vôo sairia sem atrasos ou interrupções. Mas eu fiquei pensando na grande nuvem...

...de testemunhas. De gente que nos rodeia por todos os lados e testifica a fidelidade e onipresença de Deus. Quando a névoa levanta, a gente vê que tudo aquilo que era duvidoso, temeroso e incerto encobria o mesmo cenário que deparamos dia a dia, numa rotina constante e segura. Encontro velhos amigos de passados distantes – e novas amizades travadas por termos um elo em comum: a vida em Cristo e, ao ligar os pontos nos traçados dessas vidas, observo três características em comum:

1)      No fundo, somos iguais, os mesmos de sempre, gente comum que respira o mesmo ar e aspira aos mesmos sonhos de anos atrás;

2)      Naquilo que externamos, somos singulares, diferentes, cada qual tendo vitórias e sofrimentos únicos, sui generis. Ninguém conhece o meu labutar...

3)      Nesse misto de experiências comuns e singulares, somos um, porque todos “nele nos movemos e existimos, e dele somos”. Simultaneamente, somos membros iguais do mesmo corpo, com diferentes dons, ministérios e realizações.

Nessas diferenças, temos experiências de vida diversas e nos encontramos em estágios diferentes da peregrinação, muitas vezes sob névoas sombrias – mas certos de que acima das nuvens há um sol que esplende. Para todos nós, há sempre uma dupla certeza: quanto a quem nos sustenta, Deus é fiel; quanto a nós, os sustentados, pequenos imitadores de um grande Deus, é pela fé que vivemos, sofremos, obtemos vitórias ou até morremos em aparentes derrotas.

Estou impactada pelas situações de minhas irmãs e meus irmãos que enfrentam perdas irreparáveis, dificuldades em família (ou na falta que ela faz), finanças e finitude, doenças sérias que põem em risco sua permanência sobre esta terra. Alguns dentre nós, peregrinos, são bem chegados, outros, conhecidos intimados na oração – mas ninguém anônimo, pessoas com rosto e coração. Unem-nos os vales da sombra da morte e a esperança do sol da redenção – Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. Sobretudo, há aqueles cuja alegria brilha acima das nuvens, nuvem de testemunhas.

Ainda não temos a força de Paulo para dizer que preferimos partir e estar com Cristo, que é infinitamente melhor (Fp 1.23). No entanto, todos esses fazem parte da tão grande nuvem que nos rodeia de testemunhas, testificando que Ele está sempre ao meu redor para me guiar... amparar... fortalecer... animar... E desejamos que ele, o Deus de nossa vida e morte, seja o único engrandecido (Fp 1.20). Sempre. Cada vez.
Elizabeth Gomes

Um comentário:

António Je. Batalha disse...

Meus amigos irmãos, passei pela net visitando vários blogs, e passei pelo seu lindo e excelente blog, não li muito mas o suficiente para ver que pelas suas palavras aqui expressas, é um ser que ama o mesmo Deus, e que deseja servi-lo e honra-lo, e isso para mim é mais que motivo de alegria. Quero deixar-lhe um convite: Mas faça-o só se desejar, se não estiver interessado pode deletar meu comentário que não fico chateado. Se deseja fazer parte do blog. O Peregrino e servo. Decerto que irei seguir também seu blog, não sou das pessoas que dizem que vão seguir e depois não seguem. Também peço desculpa se por acaso deixar mais do que um comentário. Obrigado pela atenção.
Antonio Batalha.