Uma velha nova amiga
escreveu perguntando sobre nossas “lindas crianças” e eu prontamente escrevi um
parágrafo orgulhoso no facebook
resumindo a situação e os feitos de cada filho, acrescentando, naturalmente, os
netos.
Pouco tempo depois
recebi a notícia de que o neto de uma prima, filho único e mui esperado do seu
filho caçula, faleceu após dias de luta para sobreviver a um problema no parto,
quando a gravidez não havia apresentado ou alertado a nenhum problema.
Fiquei sóbria e meu
coração se condoeu pelo sofrimento de amigos com suas “lindas crianças”. Como o
pequenino do Guto, a segunda filhinha de Beto e Sílvia – linda e perfeita – lutou
e não viveu. Outra amiga viu seu pequenino em morte súbita aos dois meses, sem
explicação – e não podia gerar mais filhos.
Amigos também sofreram
a perda de crianças e jovens com quem tiveram o privilégio de conviver: conto
sobre a linda Laís que dormiu nos braços do Senhor Jesus aos quatro anos, a
Gláucia cheia de beleza e vida que em dois dias de “gripe” se foi sem explicações,
à linda filha de Telma no primeiro ano de universidade, séria em seu
compromisso com Jesus e para o bem, o André que tanto prometia na Seara do
Senhor aos pais, irmão e comunidade cristã... Como vão essas lindas crianças? O
consolo dos pais e amigos é que estão na presença do Senhor – mas o vazio da
sua não-presença na vida terrena desses irmãos jamais consegue ser preenchido.
Lembro ainda perdas
mais amargas: a amiga cujo único filho é rebelde e homossexual assumido, ainda
carinhoso com os pais – quando não sob influência de drogas ou deslumbramentos
anticristãos. Os pais, fiéis obreiros cujo filho morreu de overdose; outros
cuja filha não morreu, mas vive na gangorra nefasta da anorexia nervosa a ponto
de sua vida estar em constante perigo. Filhos que muito prometiam e
tiraram suas vidas. Uma parente querida teve um filho fruto de estupro –
criou-o e hoje ele é um homem de Deus. Outros perderam os bebês planejados,
esperados, antes de esses nascerem. Alguns
irmãos queridos, de excelente caráter e estirpe de pais, não conseguem gerar
filhos, e desistem de longos e caros tratamentos, concluindo e assumindo a
infertilidade.
Senti-me envergonhada
por gabar os filhos. Se estes são fiéis ao Senhor e cidadãos honrados – não será
por mérito nosso, mas unicamente pela graça de Deus. E por essa mesma graça,
Deus usa de sua severa misericórdia, fazendo
com que outros de seus filhos fiéis e amados não tenham filhos, ou os percam em
gestações frustradas, infâncias interrompidas, juventudes cortadas pela
tragédia de doenças ou acidentes inesperados. Em cada e todo caso, as
misericórdias do Senhor são a razão de não sermos consumidos!
O bebê que viveu
apenas alguns dias está no colo do Pastor dos Cordeirinhos. A menina que não
teve tempo de desenvolver junto ao irmão está cercada de uma multidão
incontável de anjos e humanos que louvam ao Senhor. Como disse minha cunhada,
Lilian: Essa criança foi feita só para o
céu. Os jovens ceifados quando tinham tudo para contribuir para a vida aqui
na terra estão dando frutos diante do trono da graça. Seus pais, irmãos, avós,
tios, primos e amigos os encontrarão um dia, e os reconhecerão, e saberão por
que eles os precederam na presença de Jesus. Por enquanto, só podemos perguntar
ao Deus de Toda Graça: Que queres que eu
faça com essa dor? Estou em tuas mãos.
2 comentários:
Lindo e emocionante post Beth. Que Deus nos dê a ventura tanto de criar filhos e netos como devolvê-los aos Senhor, no tempo dEle. Beijos. Socorro Lima
Beth, gostei muito do que li de seus escritos,gostaria de ser sua vizinha e estar mais proxima de voce, gostei muito de conhece-la lá no Palavra da Vida,que Deus te inspira mais e mais!!!
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