quarta-feira, janeiro 04, 2017



Um tanto sombria, uma recente postagem foi sobre o peso do Natal, e eu queria escrever algo mais animador e leve para começar o ano de 2017. Como Maria na antiguidade, eu meditava muitas coisas no coração, e as revirava na cabeça com coceira de proclamar a todos quantos quisessem ouvir, ainda que não fosse voz de anjos ou profetas. Também como Maria da antiguidade, eu não tinha acesso a computador nem chamado para proclamação pública, e apenas lembrava com gratidão os muitos profetas que me antecederam, acompanham e sucedem na caminhada: meu pai, meu companheiro de vida e marido para todos os dias, meus filhos e genro – todos pastores – e os netos que nos alegram porque andam na verdade em amor. Começo o ano novo com profunda gratidão e igual percepção de que toda a graça que nos inunda é imerecida prova da abundante generosidade do Senhor.

Confesso que a “coceira de proclamar” não se alivia com os talcos ou bálsamos dos dias atuais. Como uma autora facefriend constatou, o vírus da procrastinação está sempre presente (e nada latente) em corações despertos pela Palavra – e igualmente embalados pelas dissonantes e entorpecentes cantigas de ninar do mundo em que vivemos e escrevemos. Já passou quase uma semana do ano de nosso Senhor de dois mil e dezessete. Tenho muito que escrever e nem sei por onde começar, se bem que continuo com metas a cumprir. Por exemplo, publicar dois livros novos e, como uma mulher mais velha de Tito 2.3, que, sem perder a joie de vivre ou humor, eu seja séria em meu proceder; não caluniadora (nem em insinuação, face, nem em pessoa); não escravizada (a vinho ou a qualquer coisa que anticristãmente intoxique a mente ou escravize o coração); que seja mestra do bem (de coração aprendiz e disposição serviçal); a fim de instruir as jovens a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido e ao Senhor da Noiva da qual participo. Ser ainda respeitável e não maldizente, temperante e fiel em tudo (1Tm 2.11)! Se conseguir comunicar isso com graça durante os próximos doze meses, considerarei cumprido meu chamado.

Observo postagens lupinas de velhos pastores que se revestiram de idolatria herege, zombando de jovens que mantém a sã doutrina e, como João o ancião disse: “Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno” (1Jo 2.14). Tenho “coceira” de responder ou comentar à altura da dissonante voz. Mas volto ao Verbo da Vida e ao discípulo amado que passou a ser apóstolo do amor para ler postagens escritas com estiletes de palavras duras de entalhar após queimadura de mãos e corpo no óleo, além de lábios ungidos em meio à solidão do exílio de Patmos:
O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos,
o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa. Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós (1 Jo 1.1-10).

 Que o novo ano seja regado com as palavras das três epístolas de João a pais que conhecem o Pai, jovens, velhos, crianças, filhinhos, senhora eleita, senhores e servos, e amigos!
É SÓ O COMEÇO!

Elizabeth Gomes

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